Fogão a lenha agora também gera energia elétrica
O
fogão a lenha ainda é um dos mais comuns "geradores de energia"
utilizados no interior do Brasil e de vários outros países em desenvolvimento,
principalmente na zona rural.
De concepção milenar e construção simples, o
fogão a lenha é utilizado basicamente no preparo de alimentos.
Mas
o pesquisador brasileiro Ronaldo Sato acreditou que poderia melhorar o projeto
do milenar fogão, tornando-o mais ambientalmente amigável e, sobretudo,
utilizando-o para gerar energia elétrica.
Agora
ele apresentou o protótipo que resultou dos seus sete anos de pesquisas - um
novo conceito de fogão a lenha/gerador de eletricidade, batizado de Geralux.
Apesar de ter sido inteiramente construído com recursos próprios, o novo fogão
já chamou a atenção da Eletronorte, que está estudando a possibilidade de utilizar
a nova tecnologia no Acre, na região do Xapuri.
Na
mesma queima de biomassa utilizada para o preparo dos alimentos, o fogão
Geralux produz energia suficiente para acender cinco lâmpadas e ligar uma
televisão ou outros equipamentos de baixo consumo de eletricidade, como rádios
ou até um computador pessoal.
O
Geralux é também mais ambientalmente correto do que os fogões tradicionais. Ele
economiza até 50% da biomassa hoje empregada, além de reter toda a fuligem no
próprio fogão - a inalação de fuligem é apontada pela OMS como a 8ª causa de
morte no mundo.
O
fogão não utiliza caldeira, o que simplifica sua construção e reduz riscos de
acidentes.
O vapor gerado no trocador de calor é transformado em energia
mecânica e, a seguir, elétrica. A energia é armazenada em uma bateria comum de
automóvel - cerca de 30% de sua carga é suficiente para a iluminação da
residência em um período de 4 a 5 horas.
"Para
recarregar a bateria utiliza-se o calor produzido no fogão durante o cozimento
diário de alimentos. A tecnologia poderá ser dimensionada conforme a demanda
como, por exemplo, para as 30.000 escolas na Amazônia, enquanto se faz a
merenda," afirma o Engenheiro Ronaldo Sato.
Sato
agora espera receber apoio de entidades governamentais ou privadas para
viabilizar a adoção de sua tecnologia em benefício de populações que, em pleno
século XXI, ainda estudam à luz de velas.
O protótipo do Geralux está em
exposição na Fundação de Tecnologia do Acre.